segunda-feira, 16 de julho de 2012

Reflexão: Ciência, Ciência da Informação e Projeto de Pesquisa

                                                            

Existe uma crença generalizada que o conhecimento fornecido pela ciência diferencia-se por um grau de certeza alto, desfrutando assim de uma posição privilegiada com relação aos demais tipos de conhecimento, pode-se citar como exemplo o do homem comum. A ciência busca saber sobre determinado tema, fato ou fenômeno e procura descrevê-lo de alguma forma.  Segundo Galliano (1986, p. 26),  “ao analisar um fato, o conhecimento científico não apenas trata de explicá-lo, mas também busca descobrir suas relações com outros fatos e explicá-los.”
Tomanik (2011) discorre  que  a  ciência procura explicar como o objeto de estudo se relaciona com outros objetos ao seu redor e se esse fato pode influenciar o ambiente no qual está inserido, pois o objeto de estudo influencia e é influenciado pelo ambiente.  Dessa forma, a realidade é sempre mais complexa do que se pode perceber o que leva ao desenvolvimento de pesquisas.
Teorias,  métodos, técnicas e produtos, contam com aprovação geral quando considerados científicos. Observa-se que a autoridade da ciência é evocada amplamente. As indústrias, por exemplo frequentemente rotulam de “científicos” processos por meio dos quais fabricam seus produtos, bem como os testes aos quais os submetem.  Várias atividades de pesquisas se auto-qualificam “científicas”, buscando afirmar-se: ciências sociais, ciência política, ciência agrária, ciência da informação dentre outras.
Quando faz referência à ciência, Oliveira (2002, p. 47) afirma que: “Trata-se do estudo, com critérios metodológicos, das relações  existentes entre causa e efeito de um fenômeno qualquer no  qual o estudioso se propõe a demonstrar a verdade dos fatos e suas aplicações práticas.”  Dessa forma,  a autoridade da ciência é evocada amplamente.  Indústrias, por exemplo, frequentemente rotulam de “científicos” processos por meio dos quais fabricam seus produtos, bem como os testes aos quais os submetem.  Atividades várias de pesquisa nascentes se auto qualificam “científicas”, buscando afirmar-se: ciências sociais, ciência política, ciência agrária,  ciências da informação, etc.
Em relação a minha pesquisa refere-se ao campo das teorias da representação e da classificação, especificamente ontologias.  Na literatura da Ciência da Informação o termo ontologia começou a ser utilizado no final da década de 1990 (SOERGEL, 1997; SOERGEL, 1999; VICKERY, 1997).  No âmbito da área de Ciência da Informação o estudo de ontologias tem despertado o interesse principalmente de pesquisadores ligados à área de Organização do Conhecimento, segundo Sales, Campos e Gomes (2008, p. 64):
Um importante elemento das ontologias é a representação do conhecimento, que envolve análise semântica, em especial para a organização de sistemas de conhecimento que, nas ontologias, visam otimizar a recuperação, ou seja, prover o computador de mais inteligência. Trata-se de uma área de pesquisa estreitamente ligada à organização do conhecimento [...]

A organização do conhecimento pode ser definida como o modo geral pelo qual os conhecimentos se relacionam na prática de sua produção e de uso.  Os mecanismos de representação do conhecimento permitem que seja representada a formalização dos objetos. Na ciência da computação, eles servem para auxiliar a implementação de estruturas computáveis. Na ciência da informação, possibilitam a elaboração de linguagens documentárias verbais e notacionais, visando à recuperação da informação. Assim, uma das preocupações da ciência da informação é a padronização da terminologia utilizada para se encontrar e se classificar a informação.  É nesse contexto que se dá a importância do uso de ontologias para caracterizar e relacionar entidades em um domínio do conhecimento. 
No contexto da Biblioteca/Unidade de Informação também possui normas, regras e valores que vêm nortear as ações entre suas próprias subunidades e com as demais unidades da instituição a qual está associada. Assim, as regras relativas aos recursos humanos, preservação de patrimônio, desenvolvimento de coleção (Seleção e Aquisição dos materiais informacionais), entre outros, também devem estar difundidas no conjunto de indicadores ao qual chamamos política (VERGUEIRO, 1993). Nesse sentido, a Seleção e Aquisição dos materiais informacionais necessitam de uma política definida como um método de trabalho que permita a cooperação entre o grupo de pessoas que trabalham diretamente na formação do acervo da biblioteca e que estejam relacionadas com a política institucional.
Segundo Tomanik (2011) no momento em que adota determinado aspecto da realidade como seu objeto de estudo, cada ciência procura, paralelamente, desenvolver procedimentos capazes de lhe permitir conhecer o objeto a ser estudado, tais procedimentos são os métodos.
Na fase do projeto de pesquisa são apresentados os métodos de pesquisa a serem desenvolvidos.  A pesquisa a priori  quanto a sua natureza  constitui-se de uma pesquisa aplicada, pois objetiva gerar conhecimento para aplicações que possam solucionar problemas. Pela perspectiva da abordagem do problema caracteriza-se como pesquisa qualitativa, pois estará pautada em interpretações e análise de conteúdos. Em relação aos objetivos classifica-se como uma pesquisa exploratória, pois será realizada uma  pesquisa bibliográfica para analisar qual  a visão das áreas da Ciência da Computação e Ciência da Informação.  Além disso, será necessário identificar as  metodologias e métodos existentes para a criação de ontologias de domínio, bem como as linguagens para desenvolvimento das mesmas.  Como método de coleta de dados será utilizada a entrevista e pesquisa documental.

REFERÊNCIAS

SALES, L.F.; CAMPOS, M. L. A.; GOMES, H. E. Ontologia de domínio: um estudo dasrelações conceituais. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 13, n. 2, p.62-76, maio/ago. 2008. Disponível em:<http://www.eci.ufmg.br/pcionline/index.php/pci/article/viewFile/219>. Acesso em: 20 jun 2012.
GALLIANO, Alfredo Guilherme. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986. 200 p.
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisa, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. 320 p.
TOMANIK, Eduardo Augusto. O olhar no espelho: conversas sobre a pesquisa em Ciências Sociais. 2.ed. rev. Maringá: Eduem, 2004.
VERGUEIRO, W. de C. S. Desenvolvimento de coleções: uma nova visão para o planejamento de recursos informacionais. Ciência da Informação, Brasilia, v. 22, n. 1, p. 13-21, jan/abr. 1993.




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